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Workshop Transferindo políticas públicas globais climáticas para cidades: pesquisa e prática

Palestrantes e auditório para a mesa redonda "Políticas em ação". 

Da esquerda para direita: Miriam Garcia, Beatriz Fragata, Rodrigo Medina Zagni, Osmany Porto de Oliveira, Tamires de Oliveira, André Previato

Mesa redonda "Políticas em ação" 

Da esquerda para direita: André Previato, Gabriela de Brelàz, Osmany Porto de Olivieira, Tamires de Oliveira, Miriam Garcia, Beatriz Fragata, Camila Rezende de Almeida e Pamela Ferreira.

Participantes da primeira parte do workshop: pesquisa 

Da esquerda para direita: Camila Saraiva, Mariana Passos, Osmany Porto de Oliveira, Camila Rezende de Almeida, Fabiana Rita Dessotti e Clara Faria



Workshop!

Quando: 08/04/2024

Onde: Unifesp - Osasco

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Confira a matéria publicada pela imprensa da Unifesp sobre a participação de professores na COP 28

Disponível no link: https://www.unifesp.br/reitoria/proec/noticias-anteriores/item/6827-docentes-da-unifesp-participam-da-cop28



Transnational Urban Climate Policymaking: Perspectives from Brazil

No dia 30 de setembro de 2024, o Prof. Dr Osmany Porto de Oliveira apresentou os resultados parciais da pesquisa no Center for Sustainable Urban Development da Columbia Climate School, na cidade de Nova York. 

Durante a apresentação, o professor destacou a complexidade da arquitetura transnacional das políticas climáticas, cujo principal marco é a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, complementada pelo Acordo de Paris. Um dos paradoxos destas políticas é que, embora as alterações climáticas sejam um desafio global, os seus impactos são sentidos localmente, gerando tensões entre os governos locais e as autoridades nacionais e internacionais. As cidades, que enfrentam diretamente os efeitos de eventos climáticos extremos, têm exigido um papel mais ativo nas discussões climáticas globais. Também procuraram partilhar as melhores práticas para mitigar e adaptar-se às alterações climáticas nos seus contextos urbanos.

Vivenciando o Transnacional: Perspectiva Estudantil no Congresso Mundial ICLEI 2024



Por Camila Rezende de Almeida, aluna de Relações Internacionais na Unifesp e pesquisadora do Laboppi


Publicado em 08 de agosto de 2024


Entre os dias 18 e 21 de Junho aconteceu na cidade de São Paulo o Congresso Mundial ICLEI 2024. O evento sediado no Pavilhão de Culturas Brasileiras (PACUBRA), foi realizado pela Prefeitura de São Paulo com o apoio da São Paulo Negócios. O congresso que aconteceu durante 4 dias contou com plenárias, mesas redondas, sessões participativas entre outras formas de interação com o público. Compareceram ao evento prefeitos, gestores públicos, representantes da sociedade civil, pesquisadores e muitos outros participantes de diversos países. O principal foco do encontro, de acordo com o evento, foi o “avanço do desenvolvimento urbano sustentável e a adaptação equitativa aos desafios locais e regionais”.

O primeiro dia do congresso foi marcado pela cerimônia de abertura que contou com a presença da Presidente do ICLEI, Katrin Stjernfeldt Jammeh, do Prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes e outras personalidades importantes para a organização. Somado a eles também esteve presente o Ministro das Cidades, Jader Filho. Durante seu discurso o Ministro destacou a destinação de recursos do governo federal para ações de prevenção a desastres naturais no país, os investimentos feitos para a COP 30 e concluiu seu discurso reforçando o compromisso do governo federal com a pauta climática, dizendo o seguinte: “Continuaremos a trabalhar para alcançar nossos objetivos climáticos e garantir que nossas ações reflitam o compromisso com a sustentabilidade e a inclusão, sobretudo para nossas cidades. Pois não há justiça climática sem justiça urbana”. 

Na cerimônia de abertura, o Conselho de Juventudes do ICLEI leu um manifesto ressaltando as responsabilidades dos governos locais e regionais. A estudante de Relações Internacionais da UNIFESP e voluntária na organização Engajamundo, Yasmin Duarte, participou da redação do manifesto lido durante o evento. 

A estudante nos informou que o texto foi redigido com o objetivo de destacar questões importantes como territorialidade, a importância da juventude durante a execução das políticas públicas, a questão de gênero e raça, racismo ambiental e comunidades tradicionais. Além disso, o texto também ressalta a  importância da tecnologia, análise de dados e adequação à realidade. Para a estudante, o congresso foi um espaço importante para entrar em contato com outros jovens que possuem realidades ambientais diferentes. 

Durante o segundo dia ocorreram diferentes plenárias simultâneas. Um tema marcante foi a equidade e a justiça climática. A sessão “Equidade em ação: moldando soluções climáticas para todos” foi interativa, com mesa redonda e perguntas norteadoras da discussão. O primeiro ponto da plenária foi discutir sobre os grupos marginalizados, que são os mais afetados pelas mudanças climáticas. Assim, a discussão continuou com o questionamento de como moldar ações de mitigação climática que sejam equitativas, permitindo que gestores de diferentes lugares fossem capazes de construir ideias coletivamente.

No terceiro dia de evento a questão da justiça climática continuou presente. A sessão “Perspectivas do sul global: Centralizando os direitos humanos na adaptação climática equitativa e justa” contou com prefeitos e representantes de cidades do Brasil, Gana, Índia e Colômbia. Foram apresentadas soluções aplicadas em suas respectivas cidades. Além disso, o espaço se constituiu como um lócus de aprendizado mútuo tanto entre os palestrantes quanto entre os ouvintes.

Ainda no terceiro dia, ocorreram diversas visitas de campo pela cidade de São Paulo para que os congressistas conhecessem as soluções de sustentabilidade aplicadas no município. Ocorreram visitas na UMAPAZ, no Parque Linear Bruno Covas, na horta e no mercado municipal de Pinheiros, entre outros espaços. 

A estudante de Relações Internacionais da Unifesp e estagiária da UMAPAZ, Paula Garcia, esteve presente na visita em seu local de estágio. Paula comenta que durante a visita, os congressistas puderam conhecer tanto a UMAPAZ quanto o Viveiro Manequinho Lopes. Durante a visita, foi apresentado para os congressistas que a UMAPAZ é a Universidade Aberta do Meio Ambiente da prefeitura de São Paulo. Esta  é uma das unidades da secretaria do Meio Ambiente, que também funciona como universidade e uma escola de governo. Paula explica que “a UMAPAZ recebe o público, o cidadão e oferece diversos cursos relacionados a essa temática de educação ambiental, sensibilização relacionado a parte ambiental e a cultura de paz”. 

Além disso, Paula contou como foi a visita dos congressistas: “Foi uma visita muito boa e os congressistas interagiram muito com os guias. É muito relevante a apresentação da educação ambiental para os representantes do mundo inteiro, porque eu acredito que a educação ambiental também faz parte desse combate às mudanças climáticas”.

No quarto e último dia de evento a primeira plenária “Do global ao local e ao global: Moldando o futuro da sustentabilidade”, ressaltou a importância da COP 28 para a ação climática local. A COP 28 foi a maior conferência global e abriu espaço para ação climática com cooperação multinível. No decorrer do dia a relevância da COP 28 para a cooperação climática multinível continuou a ser reforçada. Na sessão “COPs da Câmara Municipal: Vozes locais no combate à emergência climática”, a Diretora de Sustentabilidade de Baltimore nos EUA apresentou o plano climático da sua cidade e falou sobre como é fundamental a utilização de linguagem mais acessível para a população, considerando sua característica demográfica. Essa plenária reforçou a importância da equidade e justiça climática durante a produção de políticas públicas que esteve presente em muitas discussões do congresso. 

O Congresso Mundial ICLEI 2024 foi meu primeiro evento mundial como aluna de Relações Internacionais e futura internacionalista. Foi uma grande oportunidade participar do congresso pelo Laboppi. Participei como estudante, podendo observar em primeira pessoa como funciona um ambiente transnacional, onde gestores públicos, autoridades públicas, sociedade civil e pesquisadores compartilham ideias e soluções uns com os outros. O Congresso do ICLEI não é apenas um espaço de palestras, mas também de compartilhamento de experiências, construção e aprendizagem conjunta. Dessa forma, o evento promovido pelo ICLEI é de extrema importância para fortalecer a comunidade global e local frente às mudanças climáticas, já que proporciona um espaço plural para construção de soluções e troca de experiências.

Construindo pontes entre a academia e a prática sobre as mudanças climáticas


Por Raphaella Hirasawa, bolsista de iniciação científica pelo CNPq, aluna de Relações Internacionais na Unifesp e pesquisadora do Laboppi


Publicado em 26 de abril de 2024


Na segunda-feira, 08 de abril, o Laboratório de Políticas Públicas Internacionais (Laboppi) realizou o workshop "Transferindo Políticas Públicas Globais Climáticas para Cidades: Pesquisa e Prática". O evento aconteceu no campus de Osasco da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), 


O evento foi dividido em duas partes. O primeiro bloco concentrou-se na apresentação das pesquisas realizadas pelo Laboppi sobre mudanças climáticas. O professor Osmany Porto de Oliveira, da Unifesp, discutiu sua pesquisa sobre "Transferência de Políticas Públicas Globais para o Clima", explorando os espaços transnacionais de formulação de políticas públicas e destacando a importância dos agentes envolvidos nesse processo. Em seguida, Mariana Passos, bolsista de Iniciação Científica pelo CNPQ, apresentou sua pesquisa sobre a atuação das redes transnacionais nas políticas de ação climática em cidades, por meio dos casos da C40 e do ICLEI. A discussão mostrou a importância dos agentes no processo de produção e difusão das políticas públicas globais. Os pesquisadores destacaram a importância de fazer análises a partir da perspectiva multinível, que inclua não apenas os níveis globais e nacionais, mas também governos subnacionais como as cidades, que lidam com o enfrentamento dos efeitos da mudança climática e também são responsáveis pela implementação das políticas públicas globais.


A discussão também se dedicou à análise comparativa dos instrumentos de ação para o clima, examinando os planos de ação climática das cidades de São Paulo, Santiago e Joanesburgo. O professor Osmany Porto de Oliveira, Clara Faria, mestranda na EACH-USP, e Camila Almeida, bolsista de Iniciação Científica pela FAPESP,  discutiram e compararam os planos de ação climática das cidades referidas. Concluindo que embora haja um movimento global para padronizar os esforços de ação climática em municípios por meio da disseminação generalizada de Planos, influenciados por forças nacionais e transnacionais, ainda existem diferenças significativas entre eles.


A segunda parte do evento foi dedicada à discussão com pessoas que atuam na prática das políticas de ação climática. Esta parte foi aberta pelo professor Rodrigo Medina Zagni, chefe do Departamento de Relações Internacionais, que destacou a importância de eventos de extensão para difundir e discutir a produção científica. Em seguida, Miriam Garcia, da WRI Brasil, um Instituto de pesquisa que trabalha para gerar transformação na sociedade, salientou que “a solução para a mudança climática passa pela tomada de decisão pública, que pela regulação vai influenciar a tomada de decisão privada”. 


Já Beatriz Sanchez Fragata, gerente de planejamento na Secretaria de Meio Ambiente de Osasco, detalhou as fases do estudo de adaptação às mudanças climáticas para os municípios do Cioeste e Córdoba, na Argentina, além de apresentar os esforços de Osasco para promover o desenvolvimento sustentável e a adaptabilidade às mudanças climáticas.


Representantes da Secretaria Executiva de Mudanças Climáticas (Seclima) e da Secretaria Verde e Meio Ambiente (SVMA) de São Paulo, respectivamente André Previato e Tamires de Oliveira, compartilharam os planos e iniciativas de São Paulo em relação à ação climática e à preservação ambiental. Em suas apresentações foram destacados os esforços para ampliar as áreas verdes e promover a equidade socioespacial na cidade.


O workshop reforçou a importância da colaboração entre pesquisa e prática na busca por soluções eficazes para os desafios climáticos enfrentados pelas cidades. Eventos que combinam pesquisa e prática são fundamentais para a formação integral dos estudantes de Relações Internacionais, proporcionando uma visão mais ampla e aplicada dos desafios globais. O evento expressou o compromisso do Laboppi em promover o conhecimento acadêmico e impulsionar a ação concreta em prol de um futuro sustentável, ao democratizar o acesso ao conhecimento por meio de eventos de extensão que transcendem os limites da academia e alcançam toda a comunidade.